Uma das mortes confirmadas pelo governo de São Paulo nesta quarta-feira (8) por intoxicação por metanol é a de Daniel Antonio Francisco Ferreira, de 23 anos. Ele passou mal após consumir bebida alcoólica durante um churrasco em Osasco, na Grande São Paulo. Outras duas pessoas que participaram do mesmo evento também morreram dias depois, e as causas estão sendo investigadas.
De acordo com o boletim de ocorrência, obtido pela TV Globo, a companheira de Daniel contou que sua prima também foi internada após o churrasco e acabou falecendo. Ela apresentou sintomas semelhantes aos de Daniel — como vômito, tontura e dores nas costas — que surgiram um dia após o evento. O quadro do jovem piorou rapidamente: ele perdeu a visão e sofreu uma parada cardíaca.
O namorado da prima, que também estava presente e ingeriu as mesmas bebidas, morreu dois dias depois. As mortes do casal, assim como a de Daniel, estão sendo investigadas como possíveis casos de intoxicação por metanol. Outros quatro óbitos semelhantes seguem sob apuração.
Ainda segundo o boletim, as bebidas foram compradas em uma adega próxima ao local do churrasco, onde Daniel costumava frequentar.
Além dele, o Estado já confirmou outras quatro vítimas fatais de intoxicação: Ricardo Lopes Mira, de 54 anos; Marcos Antônio Jorge Júnior, de 46; Marcelo Lombardi, de 45 — todos moradores da capital paulista — e Bruna Araújo, de 30 anos, de São Bernardo do Campo.
Até o momento, as autoridades de saúde registram 20 casos confirmados de intoxicação, 111 descartados e 181 ainda em investigação.
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os casos e apurar a origem das bebidas adulteradas.
Em entrevista à rádio CBN, o diretor do Núcleo de Química do Instituto de Criminalística, Mauro Renault, afirmou que as análises iniciais apontam que o metanol foi adicionado às bebidas de forma intencional, e não resultou de falhas na destilação ou do uso de ingredientes de baixa qualidade.