Prefeitura de Osasco

Começa nesta segunda-feira, 18, o julgamento de três acusados de serem os autores das 17 mortes e sete tentativas de homicídio no dia 13 de agosto de 2015 na maior chacina da história do Estado de São Paulo. Três homens, dois Policiais Militares (PMs) e um Guarda Municipal de Barueri vão a júri popular, outro militar recorreu e aguarda decisão para o julgamento. O Ministério Público de São Paulo (MPSP) espera que cada indiciado pegue até 300 anos de pena.

Para o promotor designado para o caso, Marcelo Oliveira, há provas suficientes para a condenação dos réus, apesar das dificuldades para investigar crimes cometidos por policiais, já que eles conhecem todos os meios de investigação. A previsão é que o julgamento dure cerca de uma semana.

“Nós não vamos ter êxito num exame de confronto balístico com as armas pessoais dos acusados porque eles não seriam tão ingênuos a ponto de praticar o crime com as próprias armas. Nós não vamos encontrar o sinal dos celulares deles nos locais dos crimes porque eles não vão levar os telefones celulares. Eles sabem, todo mundo sabe hoje: telefone celular, além da função que é óbvia de telefone, ele tem outra, que é ser rastreado”, diz Oliveira.

De acordo com a denúncia do MP, os assassinatos foram motivados pelo desejo de vingar a morte de um PM e um GCM. Na decisão de levá-los a júri popular, a juíza Élia Kinosita Bulman afirmou que há elementos suficientes nos autos que comprovam a participação dos réus.

O promotor Marcelo Oliveira afirma que há mais pessoas envolvidas no massacre. “Diante da magnitude do evento, tenho certeza de que não são só os quatro que vão a julgamento que estão envolvidos na chacina. É evidente que há outros, alguns planejaram, outros até mesmo executaram, e não foram identificados. Cada um teve um papel ali.” Durante as investigações, houve relatos de que, em alguns locais dos crimes, o patrulhamento por viaturas da Guarda Civil era frequente. No entanto, no período das mortes, não houve patrulhamento algum.

Serão julgados nesta semana os policiais Fabrício Emmanuel Eleutério, reconhecido por um dos sobreviventes. Thiago Barbosa Heinklain, há relato de testemunha dando conta de que o policial discutiu com a esposa, que o teria reconhecido em imagens de câmeras de segurança divulgadas por emissoras de televisão sobre o caso. Já o guarda civil Sérgio Manhanhã não atirou contra as vítimas, mas sua participação contribuiu para a consumação dos crimes, segundo o MP.

Um terceiro PM, Vitor Cristilder Silva dos Santos, foi o único a recorrer contra o julgamento e aguarda decisão.