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Sepse: A Infecção Silenciosa que Mata e o Alerta para Osasco e Região Conhecida popularmente como “infecção generalizada”, a sepse é uma condição médica grave e potencialmente fatal que ocorre quando a resposta do corpo a uma infecção danifica seus próprios tecidos e órgãos. Esta síndrome complexa, que atinge milhões de pessoas anualmente em todo o mundo, representa um desafio significativo para a saúde pública, inclusive em Osasco e região.

O Osasco Notícias detalha o que é a sepse, seus sintomas, fatores de risco, diagnóstico, tratamento e, crucialmente, como a prevenção e o reconhecimento precoce podem salvar vidas.

O Que é Sepse? Uma Resposta Descontrolada do Organismo

A sepse, também chamada de septicemia, não é a infecção em si, mas sim a resposta desregulada do organismo a uma infecção. Quando bactérias, vírus, fungos ou parasitas invadem o corpo, o sistema imunológico reage para combatê-los. No entanto, na sepse, essa resposta se torna exagerada e descontrolada, liberando substâncias inflamatórias que, em vez de proteger, atacam os próprios órgãos e tecidos do paciente [1].
Essa disfunção orgânica pode levar a uma série de complicações, incluindo falência de múltiplos órgãos e, em seus estágios mais avançados, o choque séptico, caracterizado por uma queda perigosa da pressão arterial que impede o fornecimento adequado de oxigênio e nutrientes aos tecidos, culminando em alta taxa de mortalidade.

Sintomas: Reconhecer para Agir Rapidamente

O reconhecimento precoce dos sintomas é vital para o tratamento eficaz da sepse. No entanto, os sinais podem ser inespecíficos e facilmente confundidos com outras condições, o que dificulta o diagnóstico. Os sintomas podem variar dependendo do estágio da doença e do estado de saúde do indivíduo, mas alguns dos mais comuns incluem:
  • Febre alta ou hipotermia (temperatura corporal muito baixa)
  • Calafrios e tremores
  • Frequência cardíaca acelerada (taquicardia)
  • Respiração rápida e dificuldade para respirar
  • Confusão mental, desorientação ou sonolência excessiva
  • Diminuição da produção de urina
  • Manchas vermelhas ou azuladas na pele (cianose)
  • Pressão arterial baixa
  • Mal-estar geral e fraqueza intensa
É fundamental estar atento a esses sinais, especialmente se surgirem após uma infecção conhecida (como pneumonia, infecção urinária, ferida na pele, etc.).

Fatores de Risco e Prevenção: Quem Está Mais Vulnerável?

Qualquer pessoa pode desenvolver sepse, mas alguns grupos são mais vulneráveis. Os principais fatores de risco incluem:
  • Idade: Bebês prematuros, recém-nascidos, idosos (acima de 65 anos).
  • Sistema Imunológico Enf enfraquecido: Pacientes com doenças crônicas (diabetes, câncer, doenças renais ou hepáticas), HIV/AIDS, transplantados u em uso de medicamentos imunossupressores.
  • Internações Hospitalares: Pacientes em UTIs, submetidos a cirurgias, com cateteres intravenosos ou urinários, ou que utilizam ventilação mecânica.
  • Infecções Graves: Pneumonia, infecções urinárias, infecções de pele, infecções pós-cirúrgicas.
A prevenção da sepse passa por medidas simples, mas eficazes:
  • Higiene: Lavagem adequada das mãos, especialmente em ambientes hospitalares e após contato com pessoas doentes.
  • Vacinação: Manter o calendário de vacinação atualizado para prevenir infecções como gripe, pneumonia e meningite.
  • Uso Consciente de Antibióticos: Utilizar antibióticos apenas sob prescrição médica e seguir rigorosamente as orientações para evitar a resistência bacteriana, um fator que agrava a sepse.
  • Controle de Infecções: Atenção a feridas, cortes e infecções, buscando tratamento adequado para evitar que se espalhem.

Diagnóstico e Tratamento: Uma Corrida Contra o Tempo

O diagnóstico da sepse é um desafio, pois não existe um exame único que a confirme. Ele é baseado na avaliação clínica, exames de sangue e culturas microbiológicas. Os exames de sangue podem revelar sinais de infecção e disfunção orgânica, como aumento de leucócitos, marcadores inflamatórios (PCR, procalcitonina) e alterações na função renal ou hepática. Culturas de sangue, urina ou outros fluidos corporais são realizadas para identificar o microrganismo causador da infecção, permitindo um tratamento mais direcionado.
O tratamento da sepse é uma emergência médica e deve ser iniciado o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras horas após o reconhecimento. Geralmente envolve:
  • Antibióticos de Amplo Espectro: Administração intravenosa imediata para combater a infecção bacteriana, mesmo antes da identificação do agente causador.
  • Suporte Hemodinâmico: Administração de fluidos intravenosos e, se necessário, medicamentos vasopressores para manter a pressão arterial e garantir a perfusão dos órgãos.
  • Suporte Orgânico: Em casos graves, o paciente pode necessitar de internação em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para monitoramento contínuo e suporte a órgãos que estejam falhando (ventilação mecânica para pulmões, diálise para rins, etc.).
  • Controle da Fonte da Infecção: Identificar e tratar a origem da infecção, seja drenando um abscesso, removendo um cateter infectado ou realizando cirurgia, se necessário.Sepse: A Infecção Silenciosa que Mata e o Alerta para Osasco e Região

Sepse no Brasil: Um Problema de Saúde Pública com Alta Mortalidade

A sepse é um problema de saúde pública global e, no Brasil, os números são alarmantes. Segundo dados do Ministério da Saúde e do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), o país registra cerca de 400 mil casos de sepse em pacientes adultos por ano. Desses, aproximadamente 240 mil resultam em óbito, o que representa uma taxa de mortalidade de 60% [2, 3]. Essa taxa é considerada alta em comparação com outros países em desenvolvimento.
“No Brasil, são registrados cerca de 400 mil casos de sepse em pacientes adultos por ano. Desse total, 240 mil morrem, um índice de 60%. Entre as principais causas de morte em UTIs, a sepse é responsável por 55% dos óbitos.” [2]
O impacto da sepse vai além das vidas perdidas. Ela gera um alto custo para o sistema de saúde, devido à longa permanência hospitalar, uso intensivo de recursos e necessidade de reabilitação para os sobreviventes, que frequentemente enfrentam sequelas físicas e cognitivas. A falta de conhecimento sobre a sepse também é um fator preocupante; estudos indicam que uma grande parcela da população leiga desconhece a doença, o que atrasa a busca por atendimento médico [4].

Conclusão: Conscientização e Agilidade Salvam Vidas

A sepse é uma condição séria e potencialmente fatal que exige atenção imediata. A rápida identificação dos sintomas e o início precoce do tratamento são fundamentais para melhorar as chances de recuperação e reduzir a mortalidade. É essencial que a população de Osasco e região esteja ciente dos fatores de risco, adote medidas preventivas e procure assistência médica adequada ao suspeitar de infecção no sangue.
A conscientização sobre essa condição, tanto por parte dos profissionais de saúde quanto da população, pode ajudar a reduzir os casos, melhorar os resultados para os pacientes afetados e diminuir o impacto devastador da sepse em nossa sociedade.
Fontes:
[1] Hilab. Sepse: sintomas, diagnóstico, fatores de risco e tratamento. Disponível em:
[2] Governo do Brasil. Dia Mundial da Sepse: Brasil tem alta taxa de mortalidade por sepse dentre os países em desenvolvimento. Disponível em:
[3] H. Semper. Brasil registra alta taxa de mortalidade por sepse, com 60% dos casos fatais em adultos. Disponível em:
[4] ILAS. Sepse atinge celebridades e anônimos, tem alto índice de mortalidade, mas é desconhecida por 86% do público leigo. Disponível em: