Rafael Anjos Martins, de 28 anos, está há 50 dias em coma após ingerir gin adulterado com metanol. O caso ocorreu em 1º de setembro, na Cidade Dutra, Zona Sul de São Paulo, e o jovem permanece internado na UTI de um hospital em Osasco, na Grande São Paulo.
Segundo o laudo médico, o corpo de Rafael apresentava 155 mg/l de metanol — uma quantidade considerada extremamente tóxica. De acordo com especialistas, níveis acima de 100 mg/l podem provocar coma profundo, danos cerebrais graves e até a morte. Desde então, o jovem depende de aparelhos para respirar e não apresenta fluxo sanguíneo cerebral.
A mãe de Rafael, Helena Martins, que é enfermeira, tem acompanhado de perto o estado do filho e descreve o quadro como irreversível.
“Não houve nenhuma melhora. O estado dele é muito crítico. Eu praticamente moro no hospital. A fé e o apoio da família é o que tem nos sustentado”, disse emocionada.
O caso começou quando Rafael e amigos compraram garrafas de gin em uma adega da região. Poucas horas após o consumo, todos começaram a apresentar sintomas como dor de cabeça intensa, tontura, confusão mental e perda de visão. Um dos amigos, Diogo Marques de Sousa, relatou ao Fantástico que acordou sem enxergar nada e com uma forte dor na cabeça.
As garrafas consumidas e outras 14 ainda lacradas foram apreendidas pela Polícia Civil e encaminhadas para perícia. A investigação busca identificar a origem da bebida e os responsáveis pela adulteração.
O metanol, substância presente nas garrafas analisadas, é um álcool de uso industrial, empregado em solventes e combustíveis. Quando ingerido, o corpo o transforma em compostos tóxicos que atacam órgãos vitais como fígado, rins e cérebro, podendo causar cegueira, coma e até morte.
“É um crime o que estão fazendo. Hoje é meu filho, mas amanhã pode ser o de outra família”, desabafou Helena, pedindo justiça e mais rigor na fiscalização das bebidas comercializadas.
O caso segue sob investigação pela Polícia Civil.